Postado em 10 de Fevereiro de 2022 às 16h41

Funil de Ideias para criar uma inovação

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Vamos aprender uma ferramenta muito interessante para quem quer montar um negócio, encontrar uma inovação, mas ainda não sabe no que investir e por onde começar. Lembre-se que a criatividade e a informação são a base para identificar uma ideia inovadora. Acredito que esta ferramenta vai ajudar você nesta jornada.

Algumas ótimas ideias inovadoras, surgiram da vivência da pessoa, naquilo que ela gosta de fazer e tem um conhecimento e competência. Outras possibilidades é na observação das possibilidades do mercado. Como vimos no post Como identificar uma oportunidade de inovação? as boas ideias podem estar em qualquer lugar e em qualquer momento, basta ter a mente questionadora para encontrar.

A geração de ideias a partir da sua vivência implica na reflexão sobre:
Quem somos? Origem, família, nível de educação, formação acadêmica, experiência profissional etc.
O que sabemos fazer? Habilidades, conhecimentos, talentos pessoais.
Quem conhecemos? Amigos, família, conhecidos, associações, empresas.

Se fizer uma boa reflexão sobre estas três questões, o empreendedor terá uma boa lista de ideias que poderiam ser oportunidades de negócio. Considere mesmo as ideias mais elementares. Um engenheiro poderia pensar em dar aulas de matemática, uma jovem poderia trabalhar como babá e uma dona de casa poderia fazer lanches.

Em seguida, é recomendável reduzir a lista, considerando as ideias mais viáveis de executar, de acordo com as preferências e competências pessoais do empreendedor.

A próxima etapa é uma reflexão sobre quem seriam os primeiros clientes destas ideias. A essa altura, é melhor
ter uma ou duas opções para análise.

Esse empreendedor de primeira viagem precisa levar em consideração que pensar grande dá o mesmo trabalho que pensar pequeno. Assim, é claro que o engenheiro pode dar aulas particulares de matemática, mas pode também ampliar essa ideia para um site de reforço escolar para alunos do ensino médio e fundamental, e até de graduação na disciplina de cálculo. A jovem poderia montar uma empresa de “aluguel” de babás, recrutando amigas e amigas das amigas, e a dona de casa poderia fazer uma parceria com uma construtora que esteja levantando um prédio.

A segunda abordagem é a mais valorizada nos livros de planos de negócio e diz respeito a encontrar a “grande
ideia” considerando as tendências de mercado. Isso implica na seguinte reflexão:

Seria interessante copiar algo que já existe?
Seria possível identificar insatisfações ou problemas enfrentados por algum grupo de pessoas ou empresas,
uma necessidade ainda não suprida, algo que ainda não tenha sido bem resolvido?
Quais são as grandes tendências de mercado? Ou de um nicho de mercado? Ou algum acontecimento previsto?

Quem fizer uma boa pesquisa de mercado com base nestas perguntas terá uma enorme lista de ideias.
A partir daí, é necessário refletir sobre quais são mais motivantes. É importante fazer uma espécie de classificação, dando notas para seu nível de motivação.

Com um número menor de ideias, é hora de fazer a análise de mercado de cada uma. Qual seria o tamanho do mercado potencial (em faturamento, número de consumidores)? Como evoluirá a demanda deste mercado nos próximos anos? Quem seriam os concorrentes diretos (produto idêntico) e substitutos (produtos com benefícios similares)? Em última instância, o empreendedor deve saber responder com convicção por que haveria mercado para a ideia escolhida.

O empreendedor pode utilizar a primeira, a segunda ou uma combinação das duas abordagens para gerar ideias e selecionar a que julgar mais atrativa.

Dicas para utilizar a ferramenta

Opção 1
A imensa maioria dos empreendedores não fez pesquisa de mercado quando iniciou seus negócios.
Começou com atividades simples que já sabia executar e teve como primeiros apoiadores e clientes
seus amigos e conhecidos. A opção 1 é baseada em uma teoria chamada effectuation, que defende que
o empreendedor não busca o maior retorno quando inicia o negócio. Na verdade, tenta manter as perdas
em um nível aceitável, dando um passo de cada vez. A história de Alexandre Tadeu da Costa, da Cacau Show, é
mais ou menos assim. Aos 17 anos, como queria ganhar algum dinheiro, decidiu vender ovos de Páscoa no seu
bairro. Vendeu muitos, inclusive num tamanho que o fornecedor não fazia. Na loucura para entregar os
pedidos, teve que pedir dinheiro emprestado e teve a sorte de achar uma senhora que o ensinou a fazer ovos.


Opção 2
A opção 2 consiste na elaboração de um plano de negócio com visão sistêmica (a empresa, suas partes
e o ambiente externo). Quem vai por esse caminho não para de crescer. É um empreendedorismo mais
profissionalizado, se comparado à opção 1. A história da China in Box nasceu deste tipo de abordagem. Robinson Shiba fez uma viagem aos Estados Unidos, onde conheceu a comida chinesa vendida em caixinhas “para viagem”. Decidiu trazer a ideia para o Brasil, apostando no aumento do consumo de comida delivery, já que cada vez menos gente estava disposta a cozinhar. Antes disso, fez uma pesquisa detalhada de mercado, tentando entender qual era o público-alvo, de que tipo de comida chinesa este público gostava, qual seria o nome e o local ideal para a abertura da primeira loja.

As subtendências dentro das tendências:
Muitas pessoas, inclusive especialistas no assunto, tendem a apresentar tendências a partir de estereótipos.
Mas a geralização pode esconder diversos tipos de consumidor. Uma forte tendência que virou realidade é
a chamada “Base da Pirâmide”, pessoas das classes C e D que tiveram aumento de renda e passaram a consumir mais. Estes novos consumidores não formam um único bloco, mas diversos segmentos de clientes que também demandam diferentes produtos. Não é possível tratar todos da mesma forma. Há diversas subtendências dentro da tendência “Base da Pirâmide”. Uma delas é o maior interesse pela educação superior e pelo turismo.

Copie e faça melhor:
Se quer abrir um negócio e tiver a chance de viajar, faça isso. Nas viagens, é possível visualizar diversos tipos
de negócios que poderiam ser adaptados para a sua cidade ou região. Robinson Shiba adaptou as caixinhas
de comida chinesa que viu nos Estados Unidos. Howard Schultz adaptou as cafeterias que viu na Itália para o
gosto norte-americano e criou a Starbucks. Da mesma forma, os irmãos Pedro e Alexandre Grendene viram
uma sandália de plástico em uma viagem à França e decidiram adaptá-las para o gosto das brasileiras.

Insatisfações também geram boas ideias:
Está incomodado com alguma coisa e não encontra uma boa solução no mercado? Mais pessoas sentem
o mesmo? Então, você já encontrou uma boa ideia de negócio. Julie Aigner-Clark tinha se tornado mãe e não
encontrava bons passatempos para a filha. Decidiu gravar vídeos com os brinquedos da menina para abordar
música clássica, exercícios de lógica, matemática e cores. Criou a Baby Einstein, vendida anos depois para
a Disney. Da mesma forma, Luiz Seabra não estava satisfeito com os cosméticos vendidos no Brasil. Eram
formulações europeias para mulheres que viviam em um país tropical. Decidido a resolver o problema, fundou a
Natura e parece que deu certo.

Empreenda se divertindo:
Seja qual for a escolha, é importante que seja um hobby, um passatempo. Ou seja, um assunto prazeroso mesmo para seu tempo livre. É importante que o empreendedor se enxergue querendo aprender mais sobre o assunto, mesmo com 80 anos ou mais. Por fim, é preciso haver um mercado crescente que queira pagar pelo seu hobby. 

Fonte: Marcelo Nakagawa

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